SUBSTITUINDO O LEITE



O leite sempre foi uma unanimidade entre os nutricionistas por sua composição excelente e facilidade na reposição nutricional de crianças. Uma alternativa alimentar completa, há ainda os derivados do leite como o iogurte e o queijo, ambos também muito nutritivos.

Portanto se você pretende substituir o leite, muito cuidado, pois vai ser difícil encontrar alimento a altura. “Não excluais o leite da mesa, nem proibais que ele seja usado no preparo de alimentos. Deve ser procurado leite de vacas sãs, e deve ser esterilizado”. CSRA, 358

Alternativa?
Não há como se substituir o leite na alimentação popular brasileira, e talvez mundial, principalmente quando se refere a alimentação infantil. O ideal seria que as crianças fossem alimentadas com o leite humano o mais tempo possível. Nem o leite de vaca consegue atender o que leite humano oferece em sua composição e concentração ideal para humanos. “Ao pregar o evangelho aos pobres, sou instruída a dizer-lhes que comam os alimentos que forem mais nutritivos. Não posso dizer-lhes: "Não deveis comer ovos, nem usar leite ou nata”. MS, 288

Sendo assim afirmar que o leite não é um alimento seguro é irresponsabilidade, mas esclarecimentos devem ser feitos quanto a sua real composição e implicações.

As alternativas dos leites de soja e castanhas não são complementares seguros. O Leite de soja não possui o Ácido Fólico e Vitamina B12 essenciais aos vegetarianos. Eles são alternativas saudáveis quando a pessoa possui outras fontes complementares para essas vitaminas.

No entanto para a maioria da população a substituição do leite com alimentos que ofereçam o mesmo suporte nutricional torna-se cara e inviável. “Deve-se fazer um esforço para os substituir com outras coisas que sejam saudáveis e pouco dispendiosas”. CSRA, 365
Os ovo-lacto vegetarianos não podem ignorar o alimento lácteo e seus derivados, mas precisam saber como melhor usa-los em seu benefício.

Para aqueles que almejam ser vegetarianos, o conselho é a opção ovo-lacto vegetariana que é a indicada por EW. Essa dieta é segura, completa e saudável sendo que não exclui o leite e derivados.“Os que residem em novos países, ou em distritos pobres, onde são escassas as frutas e as nozes, não deviam ser incitados a excluir o leite e os ovos de seu regime dietético”. CSRA, 365

Derivados
Os derivados ideais do leite são os iogurtes naturais e os queijos brancos e frescos. “Leite, ovos e manteiga não devem ser classificados como alimento cárneo.” CSRA, 478

Os iogurtes naturais por sua isenção de aditivos trazem benefícios enormes. Desde a recomposição da flora intestinal através de lactobacilos, riqueza em proteínas e vitaminas, o iogurte parece ser melhor que o próprio leite.

Isto ocorre porque muitas substancias presentes no leite animal não são desejáveis aos humanos. Hormônios naturais do animal, antígenos (alergenos) e outras substancias fisiológicas naturais da vaca, são processadas pelas bactérias do iogurte (Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermiphilus) bio-transformando o leite em um alimento ideal. Aos adultos e crianças não lactentes, o iogurte natural é preferível do que o leite.

O queijo igualmente por bio-transformação sendo que muitos processos não são saudáveis; sendo assim os queijos frescos de cor branca são os mais nutritivos. Os queijos de cor amarela são geralmente processados por fungos e possuem toxinas (derivados de aminas) que causam prejuízo ao cérebro.

As manteigas estão fora da lista dos derivados saudáveis do leite. Elas possuem uma concentração muito alta de gordura animal e devem ser evitadas. As margarinas apesar de gorduras hidrogenadas, são de origem vegetal e tem vantagem sobre a manteiga. As gorduras animais possuem fatores que ativam a inflamação de artérias e devem ser excluídas da dieta.

Parar ou não de tomar leite?
Essa decisão deve ser feita com base em algumas situações:
Crianças – ao terminarem a amamentação só devem excluir o leite de vaca se houver intolerâncias ou alergias. Sendo este um dos casos, o iogurte e o queijo devem ser testados para complementar a ingestão de Ácido Fólico e Vitamina B12. Uma excelente alternativa (mas cara) é o leite de cabra.

Adolescentes – podem seguir a alternativa do leite de soja (um pouco mais caro) e castanhas (são caras) com a mesma indicação dos complementos de iogurte e queijo branco. O leite é rico em albumina (proteínas) o que se faz necessário ao indivíduos em crescimento, mas havendo inconvenientes pode ser substituído com os cuidados citados.

Adultos – estes devem ficar livre das gorduras, em que o leite é riquíssimo, mas com o cuidado da reposição das vitaminas já mencionadas. Sendo assim podem substituir o leite seguramente e usar os derivados com moderação.

“Desejo dizer, porém, que quando vier o tempo em que não mais é garantido usar leite, nata, manteiga e ovos, Deus o revelará. Extremo algum deve ser defendido na reforma de saúde”. CSRA, 359


Por que parar de tomar leite?
Há três fatores a serem analisados – o microbiológico, o fisiológico e o industrial. Estes fatores trazem inconvenientes e até doenças para os humanos, sendo assim vale a pena considerar e avaliar a situação.

O fator microbiológico trata-se das doenças que são adquiridas através da ingestão do leite cru contaminado. Leites industrializados dificilmente oferecem esse risco mas aqueles que não passam pelo processo de pasteurização podem trazer bactérias como a Brucellla abortus que é resposnsável pela doença Brucelose (Henry, 1999); uma doença caracterizada por febre, suores noturnos com calafrios, dores articulares e lesões por vesículas e pústulas nos membros (Coutinho, 1951). Mas o leite de cabra não pasteurizado também infecta os humanos através da B. melitenses. Há ainda outras doenças que podem ser transmitidas como a Aftosa, que pode infectar humanos também. Não ouvimos muito sobre essas e outras doenças porque o leite nos grandes centros é devidamente tratado e não oferece riscos.

Sendo assim é mais vantajoso o leite industrializado do que o leite cru ou apenas fervido. O sonho de uma vaquinha “saudável” seria o ideal, mas garantir a saúde do animal com tantas doenças do gado, torna-se dispendioso o processo.

“A reforma dietética deve ser progressiva. À medida que as doenças aumentam nos animais, o emprego de leite e ovos se tornará cada vez menos livre de perigo”. CSRA, 365

O fator fisiológico é o mais grave e preocupante. Trata-se de hormônios e outras substâncias que são veiculadas pelo leite a partir do organismo da vaca. Hormônios naturais do animal como os adrenérgicos e dezenas de outros são passados para o leite. Se uma vaca estiver agitada e estressada durante a ordenha, o leite vai veicular toda aquela carga hormonal do animal. Assim como as mães humanas evitam amamentar os bebes quando estão nervosas para não transmitir humores a criança, essas substancias estão presentes também nos animais.

Aqui porem há um agravante; animais de meia tonelada produzem uma carga hormonal muito maior que humanos, e esses hormônios são repassados com doses maciças acima do que o nosso organismo comporta. Se as mães se preocupam em que vão transmitir no leite a seus bebes, imagine o que as despreocupadas “amas bovinas” não transmitem em suas secreções lácteas...

“Também o caráter da criança é mais ou menos afetado pela natureza do alimento recebido da mãe. Quão importante, então, que a mãe, enquanto amamenta seu bebê, conserve um estado mental feliz, tendo o perfeito controle de seu espírito. Assim fazendo, não se prejudica o alimento da criança, e o procedimento calmo e dominado seguido pela mãe no cuidado do filho, tem muito que ver com o molde de seu espírito”. LA 260

“O consumo de leite pode aumentar os riscos de as mulheres desenvolverem câncer de ovário, revelou um estudo sueco publicado na revista científica American Journal of Clinical Nutrition. A pesquisa, realizada pelo prestigiado Instituto Karolinska, acompanhou mais de 60 mil mulheres. Os pesquisadores concluíram que mulheres que bebem dois ou mais copos de leite por dia aumentam os riscos em até 50% de desenvolverem formas mais agressivas da doença.Leite e produtos derivados do leite já haviam sido associados a outros tipos de tumores malignos, como os de seio e próstata. As mulheres foram acompanhadas durante cerca de 13 anos e tinham entre 38 e 76 anos de idade. Durante esse período, 266 mulheres foram diagnosticadas com câncer de ovário - 125 delas com uma forma mais agressiva da doença. Os pesquisadores constataram que as que ingeriam mais de quatro porções de produtos derivados de leite por dia corriam o dobro do risco de mulheres que consumiam menos de duas porções.Os suecos descobriram que o leite seria o alimento mais associado ao câncer de ovário. As mulheres que bebiam dois ou mais copos desenvolveram mais a doença do que as mulheres que não consumiam leite, ou consumiam apenas em pequenas quantidades”. [BBC]

Se você tem condições de adquirir o leite pasteurizado de cabras, eis ai uma excelente alternativa. Os animais são de pequeno porte e os riscos fisiológicos são diminuídos; além disso são animais que sofrem menos doenças que o gado.

Devido a essas doenças os animais recebem muitas doses de medicamentos variados, e estes também são transmitidos pelo leite. É muito raro um animal que não esteja recebendo hormônios para engorda, antiinflamatórios, pesticidas para combater carrapatos etc.

Um “estudo da Sociedade Real Britânica para Proteção de Pássaros aponta o diclofenaco utilizado em criações de gado como altamente tóxico para populações de abutres. As aves que se alimentaram de carcaças de animais tratados com a substância tinham seus fígados destruídos.
Em 2004 o diclofenaco já havia sido apontado como responsável pela quase extinção do abutres no sudeste asiático” (BBC). O diclofenaco é um anti-inflamatório usado para deter inflamações e auxiliar no tratamento de infecções do gado. As doses aplicadas em animais de meia tonelada são imensas, e estão acabando com os abutres que se alimentam das carcaças destes animais. Esta e outras drogas são transmitidas pelo leite também.

O terceiro fator a ser analisado quanto a questão de deixar ou não de tomar leite é a industrialização do leite. Poderíamos raciocinar que como o leite cru não é seguro, poderíamos confiar nas indústrias renomadas. No entanto o processo industrial é tão complexo e esta cercado de tantas coisas, que os riscos também existem ali, apesar da Vigilância Sanitária e dos cuidados com higiene.

“A multinacional suíca Nestlé anunciou o recolhimento de seu leite infantil à venda na Espanha, França e Portugal, além da Itália. (23/11/2005) A medida foi tomada pela multinacional suíça depois que a polícia italiana começou a apreender, a pedido da Justiça, 30 milhões de litros de leite infantil produzidos pela empresa. Testes em amostras indicaram que o produto apreendido na Itália está contaminado por IsopropilThioXantone (ITX), componente químico da tinta usada no processo de impressão de imagens e textos nas embalagens TetraPak onde o leite é acondicionado. Segundo a companhia suíça, a decisão de retirar o produto das prateleiras foi tomada como "uma medida de extrema precaução", pois não acredita que a substância química encontrada possa prejudicar a saúde das crianças. Não se sabe ainda se o produto é tóxico”.(BBC)

Aqui no Brasil o leite industrializado parece não ter problemas e este tipo de leite continua sendo a melhor alternativa por enquanto.

O que fazer?
Temos um conselho seguro e norteador quanto ao leite.
“Desejo dizer, porém, que quando vier o tempo em que não mais é garantido usar leite, nata, manteiga e ovos, Deus o revelará. Extremo algum deve ser defendido na reforma de saúde”. CSRA, 359

O regime recomendado é ovo-lacto vegetariano, e haverá um alerta que saberemos distinguir na hora de parar se usar o leite. Se você percebe que essa é a hora, faça a mudança com cautela.

A substituição para as crianças deve ser cuidadosa e com todo rigor de equivalência nutricional. Para os maiorzinhos e adolescentes os derivados podem complementar as deficiências do leite de soja e castanhas. Já os adultos não precisam de abundancia de proteínas e precisam evitar as gorduras, mas sem ignorar a fonte de Vitamina B12 e Acido Fólico também.

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